Quando devemos tirar a máscara?

Diante das pessoas que convivem conosco no lar e daquelas com quem convivemos no ambiente social, religioso, profissional, nosso comportamento é sempre o mesmo?Muitos de nós temos comportamentos diferenciados diante de pessoas diferentes.
Por vezes, afivelamos a máscara correspondente a cada momento e variamos o seu uso conforme as ocasiões, circunstâncias e pessoas com as quais nos comunicamos.
Vendemos uma imagem nem sempre verdadeira.
Simulamos um comportamento de acordo com a imagem que queremos passar.
Dessa forma, prejudicamos a nós mesmos, gerando conflitos íntimos, fazendo esforços para parecer quem na realidade não somos.
Se quisermos descobrir quem somos de fato, basta que nos observemos no trato com os familiares.
Portas adentro do lar, demonstramos nossa verdadeira face.
Homens gentis, patrões educados, nem sempre são maridos e pais amorosos, dedicados junto aos familiares.
Mulheres caridosas, exemplos de polidez, não raras vezes se mostram mães indiferentes, esposas nervosas, intolerantes.
Jovens sorridentes, que se desdobram em gentilezas com os amigos, transformam-se em criaturas irritadiças, nervosas, no convívio com pais e irmãos.
Essa postura somente nos faz mal porque, afinal, a vida não é um baile de máscaras.
Às vezes as máscaras são usadas como disfarces, para ser mais aceito, para não demonstrar a dor que está sentindo.
Outros usam máscaras para enganar e convencer os demais de que são algo que realmente não são, ou seja, mostram uma versão falsa de si mesmos.
Mais cedo ou mais tarde, nossa consciência nos cobrará fidelidade entre o pensar e o agir. Um dia teremos que nos despojar de todas as máscaras e nos mostrar tal qual somos, sem dissimulações.
A máscara pode destruir quem realmente a pessoa é, pode causar transtornos irreparáveis, insatisfação com a vida por não ser quem realmente deseja.
Pensar que somos a própria máscara criada nos faz perder de nós mesmos e quando isso acontece, por falta de autoconhecimento e interiorização, o mundo torna-se vazio, suas atividades sem sentido, superficiais, dificultando enxergar a beleza da vida.
Quanto mais consciente nos tornamos de nossa verdadeira essência, mais se reduzirá a ação das máscaras em nossa vida.
Sendo assim, a vida terá mais brilho, cada indivíduo terá mais amor por si e pelo mundo.
Por esse motivo, vale a pena começar sem demora o empenho por sermos verdadeiros, fazendo com que cada vez que coloquemos a máscara da bondade ou da gentileza ou da fidelidade, ela possa deixar em nós marcas indeléveis.
Dessa forma, a pouco e pouco estaremos nos tornando autênticos, mudando a nossa paisagem íntima, de forma definitiva.


Texto elaborado pelo Projeto PPQC – Projeto Palavras Que Curam, Joel Almeida, em parceria com outros autores – novembro de 2021.

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